Quero compartilhar com você uma inquietação minha, que faz um certo tempo tem me incomodado e colocado essa grande dúvida em meus mais constantes pensamentos:
“Cadê os finais felizes?”
Sim, estranha pergunta, concordo. Mas se parares para pensar nos teus dias encontrará sentido, coerência para o que eu estou dizendo, ou melhor, provocando em você.
Em minha infância era tão comum ouvir nas histórias de príncipes e princesas, nas empolgantes aventuras um final feliz, não era? Já reparou que ultimamente a maioria dos filmes, livros, novelas e demais produções as quais estamos expostos não têm mais aquele delicioso e reconfortante desfecho que nos deixava boquiabertos?
Talvez esteja pensando “nossa, que desejo mais piegas!”, mas devo confessar-lhes, piegas ou não sinto falta do tempo em que minhas leituras, viagens a bordo da tela me presenteavam com o lindo final feliz, que encantavam os olhos e que se me fizessem chorar seria no máximo de emoção, felicidade e esperança de que aqueles belos finais poderiam um dia acontecer comigo.
Ultimamente, minhas lágrimas surgem por tristeza, e depois de assistir ou ler o sofrimento que não me pertence, tenho ainda de encarar as minhas próprias angústias. Será que é comum a arte recorrer à tristeza para buscar inspiração? Será que a felicidade tornou-se “piegas”?
Posso estar com caraminholas na cabeça, ou então não sei escolher muito bem. Espero realmente que seja isso e que logo encontrarei o final feliz que eu tanto preciso. Que você, todos nós precisamos.
Enquanto espero vou cantando com Vinícius...
“É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza” (Samba da Benção)
Há de se ter utilidade e beleza na tristeza...até mesmo na tristeza...
Sobre...
"E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos. São eles que me dão a dimensão do que sou." (M. Queiroz)
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Bruna Carolini
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2 comentários:
A tristeza inspira mais que a felicidade? Eu não sei, mas sei que quando estamos felizes demais, nada importa, exceto a felicidade. Talvez por isso a aparência de que não inspire.
Os finais felizes fazem falta (às vezes), concordo sobre seu ponto de vista que já basta as nossas próprias dores, mas talvez seja justamente por isso que apareceram essas mudanças nos finais, afim de nos identificarmos mais. Enquanto li seu texto eu pensei: "É verdade, finais felizes só em comédias românticas."
Vi seu blog numa comunidade, eu tinha que comentar o que achei dele, lá.
Mas achei melhor comentar aqui memso.
Li só essa postagem gostei muito, da maneira como tu escreve, do assunto que foi abordado e como foi abordado. Parabéns. voltarei aqui mais vezes.
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